Alho mostra potencial como alternativa natural em enxaguantes bucais





O alho está presente diariamente na mesa dos brasileiros e é um dos temperos mais populares do mundo. Agora, um estudo da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, indica que esse ingrediente tão comum também pode ter espaço no cuidado bucal.


A pesquisa, publicada na Revista de Medicina Herbal em 25 de setembro, aponta que o extrato de alho apresenta ação antimicrobiana semelhante à de antissépticos tradicionais usados em enxaguantes bucais, como a clorexidina.


O achado reforça o potencial da substância para o tratamento de condições como gengivite, halitose e doenças periodontais. Os autores explicam que, embora o enxaguante à base de alho possa causar mais desconforto, seus efeitos residuais parecem durar mais tempo.




Por que o alho chama atenção na odontologia



  • O interesse científico pelo alho não é recente.

  • Pesquisas mostram que ele possui propriedades antibacterianas e antifúngicas potentes, principalmente por conta da alicina, um composto conhecido pelo seu efeito antimicrobiano.

  • Atualmente, o mercado global de extrato de alho movimenta mais de 15 bilhões de dólares e a China responde por cerca de 80% da produção mundial.

  • O novo estudo destaca que extratos de alho já são aplicados em diferentes produtos de saúde e podem ser adquiridos sem prescrição médica, o que os torna uma alternativa acessível.




Como o estudo foi conduzido


As conclusões fazem parte de uma revisão sistemática que seguiu as diretrizes Prisma 2020 e utilizou a abordagem Pico, metodologia comum em pesquisas clínicas.


Os autores identificaram 389 artigos em bases de dados e, após triagem rigorosa, apenas cinco atenderam aos critérios necessários para integrar a análise. As publicações incluíam ensaios clínicos randomizados e estudos clínicos com diferentes desenhos e níveis de rigor metodológico.



De acordo com a revisão, concentrações mais elevadas de extrato de alho tiveram desempenho antimicrobiano semelhante ao da clorexidina. Os resultados variaram de acordo com a dose e o tempo de uso, o que ajuda a entender por que os estudos não chegaram às mesmas conclusões.


Em algumas análises, a clorexidina se saiu melhor na manutenção do pH da placa e da saliva. Em outras, o extrato de alho foi mais eficaz, embora cause mais ardência e tenha um cheiro mais forte.


Os pesquisadores lembram que, apesar desse desconforto, os efeitos colaterais do alho tendem a ser mais leves do que os observados com agentes sintéticos.


Foto colorida de alhos em tigela - Metrópoles
O alho é um alimento amplamente utilizado na culinária, mas os seus benefícios vão muito além do sabor que ele adiciona aos pratos

O que ainda precisa ser investigado


A revisão aponta que o extrato de alho consegue diminuir de forma consistente a quantidade de bactérias quando usado como enxaguante bucal. No entanto, apesar dos benefícios observados, os pesquisadores reconhecem que grande parte dos estudos publicados até agora é realizada em laboratório e carece de padronização.


Os autores destacam que ainda existem dúvidas importantes sobre como essa alternativa funcionaria na prática clínica. Estudos maiores, com acompanhamento por mais tempo, serão fundamentais para confirmar a eficácia e entender melhor se o extrato de alho pode, de fato, ocupar o lugar da clorexidina em alguns tratamentos.


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